O que é BDSM?
Você, sabe o que é BDSM? BDSM é a sigla para bondage e disciplina, dominação e submissão, sadismo e masoquismo. O BDSM é praticado por quem gosta de um sexo mais quente.
É tido pelos praticantes como um estilo de vida e pode ou não envolver dores, submissões, tapinhas, outras variáveis. O processo é praticado baseado em 3 conceitos essenciais que afirma que o BDSM tem que ser feito com práticas sãs, seguras e consensuais.
Bondage se refere a práticas de amarrar e restringir os movimentos de alguém; disciplina se refere a punir ou educar alguém; dominação/submissão se refere a uma relação entre alguém que domina e alguém que se submete, basicamente alguém manda e a outra pessoa obedece; e SM a sadismo e masoquismo. Sadismo se refere a sentir prazer em provocar dor ou humilhação e masoquismo a sentir prazer em sofrer dor ou humilhação.
Em linhas gerais, a gente pode afirmar que BDSM se refere a um conjunto de práticas com intuito de provocar excitação sexual nos participantes. Agora, pode acontecer ou não relações sexuais na prática do BDSM.
Existem pessoas que querem apenas passar pela cena, mas não necessariamente as pessoas querem fazer sexo. Embora o prazer sempre seja sexual. Toda vez que eu falo sobre BDSM, aparece alguém querendo cassar minha carteirinha de feminista, então eu quero esclarecer essa questão. Apesar do sucesso recente dos livros “50 Tons de Cinza”, aqui, BDSM não é praticado apenas por um homem que domina e uma mulher que se submete.
Inclusive existem obras sobre homens que sentem prazer em se submeter, como, por exemplo, “A Vênus das Peles” do Masoch. As pessoas veem isso de uma forma muito rasa. Em primeiro lugar porque o BDSM é uma série de fantasias, não é realidade. Então as pessoas que estão envolvidas ali, elas não estão praticando uma verdade da vida delas, aquilo é encenado. Em segundo lugar, existem também homens que se submetem. Então por que seria uma subcultura machista o BDSM? Eu conheço teorias que afirmam que mulheres têm um certo desejo de se submeter porque elas estão repetindo a situação de opressão da cultura patriarcal. Só que essas teorias não explicam por que existem homens que gostam de se submeter, e existem mulheres que gostam de dominar. Então, na verdade, essa é uma forma, ao meu ver, tacanha de ler esses fatos.
Agora, o BDSM, em si, ele não é machista, mas alguns dos processos nos quais ele é praticado estão pautados por valores machistas, ou, mais precisamente, sexistas, em alguns aspectos. Por exemplo, a prática da feminização. Alguns homens que gostam de se submeter gostam de ser feminizados. Mas por que seria para um homem uma humilhação ele usar roupa de mulher ou ser tratado como mulher? Aí sim, nesse momento a gente tem um traço da cultura patriarcal vigente que afeta o processo de uma prática BDSM. Mas o BDSM por si só, a gente não pode afirmar que ele seja uma cultura de desrespeito às mulheres. Inclusive não precisam ser casais heterossexuais. Vários casais homossexuais ou grupos também praticam BDSM.
Outro aspecto interessante de se mencionado é que existe um paradoxo no BDSM. Quem se submete é na verdade quem controla a cena. Porque quem se submete pode sair da cena a qualquer momento dizendo a palavra de segurança, que é um código para interromper a cena.
E porque quem domina não pode praticar nada que não tenha sido aceito por quem está se submetendo. Até no filme “A Bela da Tarde” do Buñuel, power blue preço, um homem que gosta de se submeter foi procurar um programa com uma das prostitutas, e a prostituta vai seguindo um roteiro que ela meio que já sabe que ele gosta e aí chega um momento em que ela sai um pouco do roteiro, e ele sai do papel dele e fala: “não, ainda não.” Porque na verdade o roteiro era todo o desejo dele, então quem estava mandando era ele.
BDSM é abuso?
Agora vou falar um pouco sobre a questão do abuso, se BDSM é abuso. Não, não é abuso se todos os envolvidos estiverem consentindo. Agora, se tem uma pessoa que só está aceitando praticar BDSM porque está sendo de alguma forma forçada a fazer isso, aí sim, é uma situação de abuso. Aí nesse caso entra a negociação. Entre as regras do BDSM, uma das mais importantes é que as partes envolvidas na cena negociem o que elas aceitam ou não aceitam, o que vai acontecer ou não vai acontecer.
É claro que, muitas vezes, quem está dominando pensa a cena pra surpreender quem está se submetendo, mas não pode fazer nada que quem se submete não tenha aceitado antes. Isso é discutido antes da cena, não durante a cena. Até pode ser que quem está dominando proponha na hora algo, mas aí, se a pessoa que está se submetendo não aceitar, ela diz a palavra de segurança e acabou.
Palavra de Segurança no BDSM
A palavra de segurança é um termo que quem está se submetendo usa pra interromper a cena ou pra pedir pra cena ficar um pouco mais leve. Como palavras como “não”, “por favor”, “não aguento mais” podem fazer parte da fantasia, porque muitas vezes a fantasia de quem está se submetendo e de quem está dominando inclui que exista uma certa resistência ou um pedido de clemência, essa palavra normalmente não tem nada a ver. É uma palavra totalmente fora do contexto. É muito comum usar “amarelo” pra maneirar e “roxo” pra parar, fazendo alusão às cores do semáforo mesmo. Mas também podem ser frutas…
Caso você tenha fantasias envolvendo BDSM, isso não quer dizer que você tenha sofrido um trauma, nem que você seja uma pessoa ruim, qualquer coisa assim. E tomando os cuidados que são chamados de SSC, são seguro e consensual no BDSM, você pode viver com segurança essas fantasias. Uma coisa interessante de mencionar é que o que é entendido como baunilha é o sexo não BDSM, baunilha é uma gíria pra o que não é BDSM. Pelo fato de que baunilha é uma sabor que todo mundo gosta, é um sabor suave. BDSM seria como se fosse uma pimenta. Alguns homens usam o BDSM para manter o pênis ereto por mais tempo.